Hoje vou-te falar da minha recente partilha enquanto ser espiritual.
Se me segues em redes, talvez te tenhas dado conta de uma mudança mais ou menos subtil na minha comunicação… Como se tivesse decidido mergulhar nas minhas águas e percorrer-me, até à Essência.
Deixa-me dizer-te que sim, é verdade: não é só impressão tua. Decidi levar a minha comunicação a outro nível, muito mais conectado comigo e com aquilo que considero ser a Fonte de tudo.
Para que me entendas, deixa-me hoje falar-te um bocadinho sobre mim.
Saudade.
Saudade foi o que sempre senti desde que tenho memória.
Sempre me senti deslocada, como se pertencesse a outros sítios.
Quando começaram a aparecer os centros comerciais, a minha alma sonhava com o campo. Quando as outras crianças iam brincar, eu ficava a escrever, a desenhar e a sonhar, na quietude do meu quarto.
Tinha apenas seis anos e acompanhava os meus avós a conferências várias, aos fins de semana. Lembro-me de ver discursar a Flávia de Monsaraz e também me lembro de uma conferência sobre a viagem iniciática de Fernando Pessoa. Sentia o que ouvia nessas conferências como verdades maiores.
Sempre me soube um ser profundamente espiritual, mas tive medo de o admitir. Medo de julgamentos, de palavras alheias, de me afirmar como crente numa Fonte de tudo, numa Centelha, num lugar a que podemos chamar Casa.
Quis ser Alquimista, para lá de Engenheira Química.
Na realidade, talvez não me tivesse partilhado como tal, se outras mulheres antes de mim não tivessem percorrido esse caminho. E a todas essas mulheres, estou profundamente grata.
Percebi, depois da minha partilha honesta, que afinal não estou sózinha. Que somos muitas as mulheres e homens a sentir o mesmo: saudades da nossa Casa e de um Propósito maior.
Acredito que agora o convite à União é global. E que mais e mais pessoas o vão sentindo.
A minha arte, a minha escrita, a minha criatividade… Acredito que realmente não são minhas, que eu apenas sou veículo; sou canal para que elas se possam manifestar.
Sou apaixonada por assuntos relacionados com o conhecimento pessoal, mas acredito que se o centro em mim simplesmente como Ser creador, a minha abordagem ficará para sempre amputada… Prefiro ver-me como Cocreadora de uma realidade, dentro de outra realidade maior.
Sinto-me a acordar, a despertar, de uma grande sonolência em que andámos todos, durante muitos anos…
Dito isto, refiro que todas as opiniões são legítimas e que cada um tem o seu livre arbitrio para seguir e acreditar naquilo que entender.
Eu, no entanto, sinto que só faz sentido partilhar-me assim: em Verdade para com a minha Verdade.
Até à próxima!