Escrita · Criatividade · Autocuidado

Como criar Hábitos

Como criar Hábitos

Hoje vamos preparar um tópico que vai ser de grande ajuda para que as tuas decisões de ano novo (nas quais te convido a ir pensando) não acabem em “águas de bacalhau” ou na gaveta, por dizer de alguma forma.

 

Quando se sustenta uma forma de pensar, já seja um pensamento ou crença que nos faz agir de determinada forma durante anos, certamente entenderás que o simples pensamento de “quero mudar isto”, pode não ser na realidade suficiente para levar a uma mudança efectiva. É um primeiro passo, não há dúvida, mas precisamos de criar um novo hábito.

 

“E como é que isso se faz?” – perguntas tu e com razão.

 

Um hábito também não se cria da noite para o dia, mas há certas chaves que nos vão, de facto, permitir a substituir um hábito antigo, que queremos deixar, por um novo hábito desejado.

 

A primeira coisa que precisamos saber é que o hábito funciona com uma sequência: gatilho, rotina e recompensa. Primeiro, há um gatilho (ou em inglês, trigger), que te faz activar o hábito. Depois, o hábito só é hábito, se houver rotina, quer dizer: uma acção repetida de forma consistente, ao longo do tempo. E acabariamos com a recompensa: para que o cérebro entenda que necessita de determinada coisa, tem de haver recompensa.

Vamos pensar, por exemplo, num hábito relacionado com a tua alimentação: todos os dias, depois do almoço, comes um doce como sobremesa. O teu gatilho automático, deste hábito pouco saudável e que talvez queiras substituir, é simplesmente chegar ao final da refeição. O facto de acabares de comer, vai-te levar a pensar no doce. Esse seria o teu gatilho original. Já é uma acção que fazes por rotina e a recompensa é imediata: o prazer do sabor do doce.

Agora vamos pensar que queres substituir este hábito por outro mais saudável. Por exemplo, preferes, em vez de terminar com o doce, terminar com uma maçã. Para substituir o velho hábito pelo novo, não basta pensar em que o queres fazer. Tens de criar um novo gatilho. Por exemplo, antes de te sentares à mesa para almoçar, deves ter já a maçã à tua frente.

 

Criar novos gatilhos

Então, esta seria a primeira acção para realizares os teus novos hábitos: criar novos gatilhos. Por exemplo, se queres começar a ler mais, traz um livro para a tua mesa de cabeceira. Se queres beber mais água durante o dia, traz uma garrafa de água para perto de ti, que te lembre que efectivamente deves realizar esse novo hábito. Se queres fazer mais exercício, sai de casa de manhã já com o equipamento da ginástica dentro de um saco que leves contigo.

 

Rotina e Consistência

A rotina fará o resto. Mas também aqui há um perigo: o perigo de querer logo tudo de uma vez. Por exemplo, se nunca correste, não deves ambicionar correr a maratona na próxima semana! Se todos os dias comes doces, não deves querer, de repente, suprimi-los por completo. Somos humanos!: colocar esse tipo de objetivos para implementação de novos hábitos apenas te vai levar pelo caminho da frustração.

 

Em vez disso, parte o teu objetivo em metas pequenas. Por exemplo, se não tens hábitos de leitura, mas queres começar a ler, não te fixe o objetivo de ler dois livros por semana porque isso, talvez possa acontecer mas é pouco provável que consigas manter a consistência durante o tempo que pretendes.

Se achas que consegues ler 1 hora nos primeiros dias, começa por fixar o hábito de ler durante 15 minutos, não mais. E fá-lo todos os dias. Verás que, no hábito, a consistência é realmente o factor diferenciador… Pensa: preferes ler 1 hora durante 3 dias ou 15 minutos durante todo o ano?

 

Recompensa

Com tudo isto, deixa-me dizer-te que o cérebro não é parvo. E aquilo que ele mais deseja, acima de tudo, é que o deixes em paz! Que o deixes em paz e que não o chateies muito com novas rotinas que ponham em causa os seus velhos esquemas e formas de funcionar!

Por isso, tens de lhe dar qualquer coisa em troca. Estás a fazer o teu cérebro despender imensa energia e ele deve perceber claramente qual é a sua recompensa. Caso contrário, o teu novo hábito tem os dias contados!

 

Para o teu cérebro, 3 meses é uma barbaridade de tempo, por isso nem penses que lhe dizes: “se eu for consistente neste hábito, daqui a 3 meses tenho o resultado que necessito” – e que ele se conforma!

Tens de criar pequenas recompensas quase imediatas para o esforço colossal que vais fazer, pelo menos a princípio.

Um exemplo, poderia ser: “se conseguir ler de forma consistente 15 minutos todos os dias, quando chegar ao final da semana, vou ver aquele episódio da Netflix que quero mesmo ver.” ou “se conseguir substituir o doce por uma maçã à hora de almoço durante uma semana, quando chegar ao fim de semana, permito-me comer uma sobremesa doce ao almoço de sábado”.

 

Espero que o podcast de hoje tenha ajudado! Se ainda não conseguiste mudar aquele hábito menos saudável ou menos amável contigo mesma, respira fundo, pensa em todos os conselhos que aqui te deixo e força: tenta agora!

Para terminar, deixa-me convidar-te a visitar o meu site, anaritarocha.com, onde poderás encontrar, entre outras coisas, a descrição do programa Flores-Ser: um programa que trarei à luz em 2021 e que promete ser uma revolução de 180º na tua vida e onde, entre outras coisas, trabalharemos a formação e consistência de novos hábitos, para uma vida em possas florescer!

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Exercícios criativos

para mentes

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