O bloqueio literário é uma forma de bloqueio criativo.
Ainda que a criatividade seja um talento próprio do ser humano, está disponível através do neocórtex – a parte do cérebro que nos faz humanos, mas que nem sempre está acessível.
O stress
O stress é hoje reconhecido como a principal causa dos bloqueios criativos imediatos, já que é a resposta do ser humano a situações de emergência. Nestas situações, o neocórtex, responsável por 25% de toda a energia gasta, simplesmente apaga-se. (É uma questão de optimização de recursos).
Mas não é a única causa do bloqueio literário…
O crítico
O medo é outra das causas.
Dentro de cada escritor, habita o criador e o crítico. A convivência de ambos é, no entanto, complicada! Odeiam-se. E, ao mesmo tempo, precisam um do outro. Mas devem aprender a trabalhar juntos; saber que quando um deles fala, o outro deve calar-se.
A hora da escrita é hora de brincar, soltar, arriscar e transgredir. O crítico tentará falar, criticar, censurar e avaliar, ao mesmo tempo que o artista tenta criar. E isso provocará o bloqueio e a paragem do exercício de escrita.
Expectativas
Todo o escritor sonha com o reconhecimento do seu trabalho, já seja através da publicação, da crítica ou de prémios.
O problema é que esse sonho, em si, pode cortar as asas à escrita.
Frequentemente, a ideia daquilo que temos de ser, limita aquilo que podemos chegar a ser…
A criatividade necessita vulnerabilidade para que se desenvolva.
Aprender a escrever sem expectativas, simplesmente pelo gozo de escrever, pode ajudar a ultrapassar o bloqueio criativo.
Se compraste um belo caderno de capa dura para dedicar ao solene acto de escrever – provavelmente o momento, o teu momento, nunca chegará!
Tira à escrita toda a pressão de obter resultados. Queres escrever? Simplesmente, escreve!
Escreve num guardanapo, numa folha usada, nas costas de uma lista de compras… Mas escreve.
No momento em que vires a escrita como um prazer a que tens direito; no momento em que escrever passe a ser o momento de jogar com as palavras por puro deleite e com o fim último de escrever (e não de ter a página escrita), começarás a escrever mais e melhor.
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